quinta-feira, 7 de abril de 2011

Castlevania: Circle of the Moon

Vocês já devem estar de saco cheio de ler sobre Castlevania aqui, não? Azar. Em todo caso, em breve comprarei Heavy Rain e/ou Uncharted 2, daí poderemos variar um pouco os assuntos do blog.

 Capa, note as orelhas sob os olhos firmes de Nathan, efeito da vagarosa progressão pelo gigantesco e homogêneo castelo, tediosa tarefa posta neste jogo por um mediocre designer de níveis.

Não há muito a se dizer sobre Circle of the Moon que não o fora em Symphony of the Night, pois CoM é SotN redivivo com: metade de sua inovação, metade de sua jogabilidade, e metade (ou menos) de seu valor artístico. Basicamente, uma fotocópia de qualquer coisa dita a respeito do clássico de PS1 em minha resenha se aplica aqui, salvo alguns parágrafos re-editados para excluir um pedaço ou outro. Obviamente não é um jogo muito brilhante, mas aceitável. Para tudo que teve diminuída sua qualidade, algo se destaca na avaliação saindo em positivo no final: a dificuldade. SotN fora um jogo que não me evoca recordações de problemas com sua dificuldade, enquanto que este aqui visivelmente recebeu um cuidado maior que o outro neste quesito.

Camilla, uma serva de Drácula e personagem recorrente na série vê aqui a sua chance de brilhar. Despertando de um sonho ruim em seu casebre empoeirado no mormaço de uma Europa da Idade das Trevas, a demônio tem uma epifania: ela descobre que o mundo é uma droga, sua resposta a isso? Terminar de fuder com o planeta de vez! Por quê? Para encerrar a hipocrisia! Eu também não entendo a lógica dela, mas isso fazia sentido para alguém de alguma forma, já que seu plano de ressuscitar Drácula de volta ao mundo dos vivos foi um sucesso. Morris Baldwin, caçador de vampiros aposentado que matou Drácula da última vez, sem nada melhor a fazer de sua vida invade o castelo na companhia de seu filho negligenciado Hugh e do adotivo preferido Nathan Graves para uma nova festinha no castelo do vampiro.

 Cruzes, deve ser dificílimo correr pra lá e pra cá com essas grevas enormes.

E basicamente é isso, não é uma trama muito complexa e intrincada, e um pouco monótona até, no entanto, sua simplicidade é muito bem vinda conquanto a alternativa for da laia de Castlevania 64 ou SotN em certos aspectos. O bando é separado ao chegar ao encontro de Drácula, Morris sendo aprisionado enquanto Hugh e Nathan deverão se aventurar pelo castelo em busca de uma rota alternativa para tornar ao encontro do vampiro, salvar o mundo e vindicar o velho. Nathan é nosso personagem controlável e a lei do drama está em vigor, o que significa que o filho negligenciado, Hugh, é um pulha reclamão por não ser o protagonista do jogo que age feito uma vadia em toda cena que presencia, chorando a falta de atenção recebida do pai e lamentando a preferência deste por Nathan à sucessão como caçador de vampiro (é, parece que é uma coisa bem oficial). Sua choradeira culmina em um previsível confronto ao final do jogo, antes do próprio Drácula, onde o incomodo personagem é reabilitado pelo método mais prático de se curar mimimi agudo: uma chuva de porrada. Hugh é um personagem que representa um tributo à segregação da jogabilidade e enredo, em que no último Hugh é supostamente inferior à Nathan em combate, porém no jogo em si ele se mostra um chefe difícil pra caralho! Por fim, chegamos ao cubículo onde Drácula se escondera com o velho Morris amarrado a uma tora - fazendo o que com o cativo eu prefiro não pensar -, onde se dá a batalha final e o jogo termina; Nathan matando Drácula e escapando com um exausto Morris -... Aquele vampiro pervertido -, e o Hugh, que já não mais reclama de nada tendo sida a sua individualidade cauterizada pela luta contra Nathan, se tornando tão débil quanto qualquer outro personagem desse jogo! Todos vivem felizes para sempre.



Nathan é um hábil guerreiro, travando proezas como a caça a touros de um olho só usando facas de manteiga.


Esta cruz bumerangue é atraída a puro heroísmo.


O jogo caminha de mãos dadas com a definição de "pobre" se comparado ao brilho de SotN, cujo formato ele imita completamente. A jogabilidade é fortemente limitada e inerte, aumentando a dificuldade do jogo, mas que é amenizada pelo sistema DSS introduzido aqui, que disponibiliza um esquema de combinação de cartas para a produção de efeitos diferentes; algo que não só torna a experiência divertida como também é bastante ÚTIL, fator deixado de lado nas magias em SotN que eram tão cruciais ao progresso do jogo quanto o Acre é importante para o resto do Brasil. A demais, não há muito do que se comentar: os gráficos são feinhos, a trilha sonora é pura copypasta de faixas de jogos antigos, o mapa é uma bagunça, o enredo é torpe, o diálogo é bizarro, e os personagens são tão vazios como os olhos de um etíope cujo presidente eleito fora retirado do poder pelo décimo quinto coup d'etat sofrido nos últimos 5 anos. Curiosamente, o chorão Hugh, com toda a sua arrogância é o personagem mais tridimencional do jogo todo, até ser espancado pelo bruto do Nathan ao final do jogo, isto é.
 Uma das tantas combinações de cartas de que comentei permitem a Nathan transformar seu chicote em uma espada feita de rosas... Talvez não seja o melhor exemplo.


 A maioria dos problemas com o mapa se dão pela distribuição de salas de teleporte (cubos amarelos) em relação aos save points (cubos vermelhos), e em relação ao mapa todo, já que vastas áreas se perdem longe do alcance das salas existentes, tal como as catacumbas na região sul.

Mesmo com todos esses contras, Circle of the Moon é um jogo bem aceitável, seus problemas gráficos e sonoros podem ser compreendidos pela inferioridade do hardware em que se lançara o jogo, o Gameboy Advance, em comparação ao PS1 onde SotN fora lançado; fato que tornam as várias comparações que tenho feito dos jogos nesta resenha de certa forma injustas. Já a qualidade inferior pode ser explicada pela aparente experimentação que foi feita neste jogo, já que antes dele Castlevania em portáteis era algo meio raro; além do mais, este jogo é responsável pelo interesse da Konami em adaptar a série a esses pequenos consoles, dando espaço às seguintes instalações que a série teve. E, novamente, além do mais: Circle of the Moon não é Castlevania 64, e isso já deixa qualquer um feliz da vida. :)

PS:. Porra, escrevi essa desgraça de resenha em trinta minutos, fora o tempo de edição. Deveria fazer todas elas assim...

PS²:. Você pode acusar nit pick quando falei do mapa se quiser, ainda o acho ruim.

PS³:. Não me recordo de chefe algum deste jogo além de Camilla e de dois dragões zumbis com um esquema de ataque peculiar. Triste. Mesmo assim, não tenho do que reclamar, já que toda posaram algum desafio, ao contrário das de SotN.

PS4:. Eu não sei digitar o quatro em potência, então ainda bem que a necessidade de PSs terminou no terceiro. Sei que existe outra forma de embutir PSs em um texto e que talvez não seja correta a sua utilização neste artigo, mas... eu não me improto.

PS5:. /\ Oh, maldição...

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